Tinha que apanhar o comboio. O meu destino era a ilha da loucura, do desejo, da paixão. Senti-me bem porque a esperança de felicidade reinava no conto de fadas que era o meu pensamento.
Fui sozinha pensando que estarias na estação, esperando por mim. Passo após passo, um pé ansioso avança sobre o outro. Entrei no comboio e segui viagem. O ar que passava por mim era quente e eu suava porque já estava demasiado ardente, o meu desejo percorria o meu corpo e este absorvia-o.
Quando cheguei e desci o comboio não estavas na estação. Mas eu continuei. Qual viagem, qual destino, qual loucura. Eu queria aquilo porque aquilo me preenchia, aquilo me completava. Eu precisava daquilo. Por isso continuei.
Quanto mais eu corria menos caminhos encontrava. Tinha que encontrar a ponte luminosa da minha felicidade. Mas já não tinha saídas, já não tinhas ajudas, já não tinha rumo. Eu quis voltar a estação e nem isso eu conseguia. Estava demasiado solitária na minha tristeza. Senti-me como uma folha de papel em branco: vazia de sentimentos, de espírito, de alma.
Fechei os olhos com uma força maior que a força do coração puro de uma criança inocente e regressei a normalidade.
Lá estava eu na estação. Ia apanhar o comboio. Queria que me esperasses na estação mas tu nunca estás lá, tu nunca me esperas porque sou para ti a folha de papel em branco onde gostas de desenhar e escrever a tua vida, mas que nunca me tem presente.
Então voltei sozinha para casa...
Nunca consigo acabar “feliz para sempre” nos meus contos de fadas.
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Adorei, adorei e adorei; Dede o título a «Nunca consigo acabar “feliz para sempre” nos meus contos de fadas.»
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